Castelo Branco, Património Desconhecido

Nome:
Localização: Castelo Branco, Portugal

Escola Básica do 1º Ciclo do Centro Social Padres Redentoristas de CasteloBranco Alunos do 3ºAno de 2006( 4ºAno no Anolectivo 2006/2007),dos professores João Freire e Pedro Milheiro.

2006-03-31




Embora a temática deste blog seja a do património de Castelo Branco, não quisemos deixar de incluir aqui o reavivar de uma tradição que vem de há muito tempo: as comadres e os compadres.

Na quinta-feira antes do dia de Carnaval, os rapazes e as raparigas reuniam-se e sorteavam entre si a respectiva comadre e compadre, para o ano todo. Era uma forma de amizade e proximidade que proporcionava um convívio simpático e saudável.Esta tradição foi desaparecendo com a vida moderna. Os jovens, agora têm outras vivências.Porém , tal como em relação ao património, nós não gostamos de deixar desaparecer os costumes e tradições que faziam a alegria das gerações que nos precederam. Por isso, quisemos que os nossos alunos conhecessem esta tradição e fizessem dela também a sua festa. E, tal como outrora, fizemos o convívio entre todos, onde se recordou que era por altura da Páscoa que os compadres e comadres se presenteavam mutuamente com as amêndoas e os doces próprios da quadra festiva que se aproxima.



Chegámos ao fim do 2º período de aulas.Hoje, 31 de Março de 2006, como é habitual na nossa escola, no último dia de aulas, foi dia de confraternização. O tempo estava bom e almoçámos nos campos de Nossa Senhora de Mércules. Aproveitámos para trocar as prendas entre os compadres e as comadres, uma velha tradição que não quisemos deixar morrer.

2006-03-27

Os alunos distribuíndo o folheto sobre o património associado à agua.

De uma forma geral os albicastrenses acolhiam bem a informação que as crianças lhes davam. Outros não foram muito simpáticos. Compreendemos!

É que nos últimos tempos cada vez que alguém nos quer dar um papel , isso representa sempre um pedido de dinheiro. Desta vez não era isso. Era simplesmente dar a conhecer à população algo que estivemos a estudar e que faz parte de nós todos.

Antes de saírem da escola avisámo-los logo:"quando chegarem junto das pessoas digam-lhes que não querem dinheiro e depois expliquem-lhes o que andam a fazer".

Esta senhora recebeu-os com a maior simpatia. Obrigado a todos que tiveram este procedimento.

2006-03-23

Hoje fomos para a rua com as nossas crianças para procedermos à distribuição gratuita do folheto, através do qual pretendemos dar a conhecer o nosso estudo.

As crianças deixaram-nos muito orgulhosos porque, tal como se pode observar, o seu empenho foi notável. Tiveram a preocupação de explicar às pessoas o que pretendiamos com esta divulgação, não se limitando apenas a distribuir os folhetos.

A adesão dos albicastrenses foi boa e isso facilitou a missão dos mais pequenos, que a princípio se mostraram algo inibidos.

O balanço foi extremamente positivo e ficámos todos com a sensação de missão cumprida. Apesar dos 1000 exemplares que tinhamos terem "desaparecido" rapidamente, queremos dizer-lhes que já vêm outros tantos a caminho! :)

2006-03-20



A partir de amanhã, tal como prometemos iremos distribuir gratuitamente o folheto que tem este rosto, pelas ruas da cidade. Já temos em nosso poder, vindos da gráfica, um milhar de exemplares. Se o mesmo for bem aceite pelos albicastrenses(e, não só!), e se o nosso orçamento o permitir, mais alguns poderemos mandar imprimir. Esperamos que ele vos elucide alguma coisa sobre o património que temos, associado à água, e onde está localizado.

Albicastrenses:A vossa colaboração é imprescindível para que aquilo que nos deixaram os nossos antepassados seja preservado.

Agradecemos muito a colaboração que a Junta de Freguesia nos deu, através do seu Presidente Eng. Jorge Neves, na confecção do folheto. Só assim esta distribuição gratuita é possível.


O Tiago Belo viu assim o chafariz de S. Marcos.

O


O trabalho de pesquisa do Tiago Belo

2006-03-14

A Joana esforçou-se para conseguir desenhar os engenhos referidos pela Mariana no seu texto. Consideramos que o seu esforço valeu a pena. Não concordam connosco?

2006-03-13





A Mariana escreveu um texto muito interessante sobre noras e picotas. Qualquer pessoa que leia o seu texto ficará, certamente, a perceber como eram utilizados estes engenhos e qual a sua importância.

2006-03-11



Com a colaboração de um Semanário da nossa região foi-nos possível dar a conhecer à população local a nossa "Aventura pelo mundo da água". Se não teve oportunidade de ler o artigo publicado esta semana pelo jornal Reconquista, dê uma espreitadela e conheça um pouco melhor o caminho que percorremos até aqui com os nossos alunos. São eles que nos entusiasmam e nos fazem seguir em frente nesta descoberta de um património que é totalmente desconhecido por muitos...

Uma das alunas manifestou, nos comentários, vontade de ver aqui a fotografia que tirou com alguns dos seus colegas, durante a Visita de Estudo. Resolvemos aceder ao seu pedido e... aqui está a fotografia que pediste Mariana!


A Fonte Santa de S. Luís, são umas termas rudimentares que distam de Castelo Branco cerca de 5 quilómetros, e pertencem segundo apuramos, à Família Beato de Escalos de Baixo. O edifício, como se pode ver, está muito mal tratado e praticamente abandonado. E, tal como refere M. Lopes Marcelo em Novos Guias de Portugal, Editorial Presença, Lisboa 1993 " o aproveitamento das águas termais ... tem sido muito rudimentar e nada de acordo com as características e qualidades terapêuticas das suas águas".
Indicada para tratamentos cutâneos e reumatismais, estas Termas são um património completamente abandonado. Apelamos aos proprietários e aos organismos da saúde que os possam apoiar, se por acaso lerem estas linhas, que não deixem destruir por completo este bem, que apesar de privado, pode ter uma grande utilidade pública. Já em 1892 , pelas leituras que fizemos, ali se tomavam banhos termais, apesar de não existir ali, segundo José Lopes Dias, nenhum balneário " e os banhos eram tomados em um pequeno tanque...água aquecida ao ar livre em vulgares caldeiras de cobre..."
João Freire

2006-03-10



O senhor Engenheiro Jorge Neves, Presidente da Junta de Freguesia de Castelo Branco, recebeu-nos hoje com muita simpatia.Demos-lhe a conhecer o objecto do nosso estudo e pedimos-lhe a sua colaboração, para a concretizaçao prática de alguns dos nossos objectivos, como por exemplo a reconstrução dos poços na sua forma tradicional. Mostrou-se muito agradado e incentivou-nos a continuar com o nosso trabalho.



Fomos dar a conhecer o nosso projecto ao Senhor Presidente da Câmara de Castelo Branco, que nos recebeu muito amavelmente.

Pedimos-lhe que, se pudesse, recuperasse pelo menos o poço da Páqueixada na Rua do rei D. Dinis.

Também aqui lhe queremos agradecer Senhor Presidente pela forma como nos recebeu, assim como reiteramos o pedido que lhe fizemos.

2006-03-09

O Diogo fez além deste texto um bonito trabalho de pesquisa fotográfica, que não pudemos incluir aqui porque o espaço não permitiu, sobre noras e picotas.

Bem perto do Largo de S. João, encontramos este poço que dava por dia à população de Castelo Branco entre 10000 a 15ooo litros de água.
Hoje encontra-se sob esta tampa de ferro, até porque está muito próximo da estrada, mas no Verão a água ainda é utilizada pelos serviços da Câmara para regar os jardins públicos. A sua construção é em pedra de granito.



As crianças são maravilhosas!!!

Vejam bem o empenho que tiveram na visita de estudo. Até as paredes serviram para recolher os apontamentos sobre tudo o que puderam observar.




Quem conhece Castelo Branco, de certeza que já ouviu falar da rua do Rei D.Dinis. O que muitos não sabemos, até porque somos muito distraídos, é que no início da rua está uma placa que refere o nome da rua no século XIV.

Olhem bem a placa e vejam o nome.

2006-03-07

Aos Pais e Amigos que abrirem este blog e lerem os textos das crianças, queremos dizer-lhes que para os preservarmos na sua autenticidade, não corrigimos os erros ortográficos.
Os textos são deles e como tal foram respeitados por nós.
Nas aulas cumpriremos a nossa missão e ajudaremos os nossos alunos a não os repetirem.
João Freire


A Inês dá-nos a sua opinião sobre o tema dos Poços Públicos.



O Chafariz de S.Marcos ou Chafariz da Devesa, tudo indica, devido ao brasão e às armas que nele estão esculpidas, ser uma obra do seculo XVI.

2006-03-06



A Catarina Oliveira escreveu sobre os poços.



Este aluno, que não pôs o seu nome no trabalho, desenhou e fez a enumeração dos poços públicos


Parte da pesquisa feita pela aluna Beatriz Aragão Martins


Neste mapa da cidade de Castelo Branco podes localizar os chafarizes (a amarelo) e os poços públicos (a azul).

2006-03-05



Engenho que servia para tirar a água do poço de forma manual. A vara na vertical, tinha um balde que era mergulhado na água. Depois de cheio, devido aos pesos em pedra que estavam na extremidade da outra vara, o balde vinha à superfície, sem ser necessário ao homem dispender esforço para trazer o balde à superfície.

J.Freire



Engenho que servia para elevar a água dos poços, puxado por um animal que, à roda e de olhos vendados, trazia à superficie a água, cadenciadamente, pelos alcatruzes , que despejando-a num cano feito de telhas de barro, ia depois para o tanque ou directamente para as regas.

J.Freire



O Poço da Páqueixada era no dizer de Manuel dos Santos Tavares, na sua obra Castelo Branco na História e na Arte, edição do autor,1958, " um poço com grande abundância de água salobra que, segundo a tradição, possuía as virtudes de curar a inflamação dos olhos e de fazer despegar as sanguessugas da boca dos animais".

Está situado na antiga rua da Páqueixada do século XIV, actual rua do Rei D.Dinis.



Castelo Branco, cidade do interior de Portugal, sempre viveu com problemas de abastecimento de água potável, especialmente nas épocas de Verão.
Tivemos curiosidade em saber como viviam os nossos antepassados com essa situação.
Com a colaboração do Município, percorremos os caminhos que nos levaram a esse legado.
Foi com agrado que descobrimos que existem no centro da cidade, vários poços públicos que foram a fonte de sobrevivência dos nossos avós.
Na verdade passamos sobre eles e não os vimos , pois estão tapados por razões de segurança sob tampas de ferro idênticas às tampas de esgoto.
No entanto, não seria possivel recuperar alguns e com segurança pô-los à vista, pois seriam uma espécie de museu vivo já que "viveram" com e ao lado dos homens de então?
Os chafarizes , por seu lado, são autênticos monumentos arquitectónicos, dada a sua beleza.
Tanto os poços como os chafarizes provêm do século XIX.
Encontramos porém , na rua do Rei D. Dinis um poço , cujo nome era o de Páqueixada, que data do século XIV.
Também o chafariz de S. Marcos, parece provir do século XVI.
Se tiverem curiosidade visitem a cidade e procurem o nosso passado, o qual temos que preservar e estimar.
Curioso foi também podermos observar nas freguesias vizinhas do Ninho do Açor e de Freixial do campo, os engenhos que eram utilizados para captar as águas dos poços: as picotas e as noras.
Já muito mal tratadas será uma pena se as deixarmos desaparecer.
Os mais novos têm que conhecer o passado e nada melhor que lhe podermos mostrar estes legados, que fazem parte da nossa História.
J.Freire